sábado, 27 de outubro de 2012

'Era vidro e se quebrou', de Cíntia Moscovich



            Copos.
            Taças, cálices, com pé, sem pé, vidro, plástico, cristal. Ela adorava comprar, cada dia um diferente. E comprava.
            Copos.
            O marido vivia se queixando e se queixando: não havia mais lugar para tanto copo, aquilo era maluquice.
            Até que ela resolveu dar um basta no falatório: pegou vassoura, martelo e maçarico e foi direto aos copos — quebrou, rebentou, fundiu. Tudo, tudinho.
            A razão tinha vencido,e ele ficou feliz da vida. Pelo menos até que abriu a geladeira: um mar de requeijão.
            Copos.

        

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